
África do Sul promete agir com responsabilidade diante de tarifas dos EUA
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, afirmou neste domingo (6) que seu governo não responderá de forma impulsiva ou movido por ressentimentos às tarifas de 31% impostas pelos Estados Unidos às exportações sul-africanas.
Durante uma reunião do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder, Ramaphosa reforçou que a postura de seu governo será de cautela e pragmatismo. “Estas questões serão tratadas com responsabilidade e seriedade. Não somos um governo que reage por despeito ou emoções”, declarou o presidente.
Ramaphosa reconheceu que os Estados Unidos, como nação soberana, têm autonomia para tomar decisões sobre comércio, ainda que tais medidas possam afetar a África do Sul. “Estamos analisando o impacto dessas tarifas sobre nossa economia e nossa população”, acrescentou.
Impactos econômicos e busca por novos mercados
O ministro das Relações Internacionais, Ronald Lamola, destacou que as tarifas norte-americanas podem prejudicar setores estratégicos da economia sul-africana, incluindo a indústria automobilística, agricultura, alimentos e bebidas, produtos químicos e metais.
Apesar de algumas isenções — como no caso do aço, produtos farmacêuticos e minerais estratégicos — o governo sul-africano teme efeitos negativos sobre o crescimento econômico e o mercado de trabalho.
Para reduzir os danos, Pretória já articula a diversificação de seus parceiros comerciais, buscando novos mercados na África, Ásia, Europa, Oriente Médio e Américas.
Críticas de Trump e medidas mais duras
Na última semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, justificou as tarifas afirmando que “coisas muito ruins” estariam acontecendo na África do Sul. Ele também determinou o bloqueio de toda a ajuda financeira ao país africano, alegando questões relacionadas à reforma agrária e às críticas feitas pelo governo sul-africano a Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).
Além da África do Sul, outros países africanos foram atingidos pelas novas tarifas norte-americanas, incluindo Lesoto, Madagáscar, Angola, Namíbia, Zâmbia, Moçambique, Nigéria, Guiné-Equatorial, República Democrática do Congo e Camarões — todos com percentuais variados de sobretaxação.