
Projeto da TotalEnergies em Cabo Delgado recebe impulso milionário dos EUA, apesar de forte oposição interna
Exim Bank aprova financiamento de quase US$ 5 bilhões para projeto de gás em Moçambique
14 de março de 2025 – VOA Português
Apesar das críticas da indústria energética dos Estados Unidos, o Banco de Exportação e Importação dos EUA (Exim Bank) autorizou um financiamento de aproximadamente US$ 4,7 bilhões para o projeto de gás natural liquefeito localizado em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
O empreendimento, liderado pela TotalEnergies, está paralisado desde 2021 em razão da instabilidade causada por ataques terroristas na região. No entanto, no mês passado, o CEO da empresa manifestou otimismo quanto à aprovação do apoio financeiro por parte dos EUA, esperando que isso incentivasse outros financiadores a seguirem o mesmo caminho.
Fontes como Bloomberg, Financial Times e agências de notícias internacionais confirmaram que o empréstimo foi aprovado, contribuindo para o orçamento estimado do projeto, avaliado em cerca de US$ 20 bilhões.
Setor energético dos EUA critica decisão
A aprovação do financiamento não foi bem recebida por representantes da indústria americana de petróleo e gás, que alegam que o projeto moçambicano representa uma ameaça à competitividade dos EUA no mercado global. Rick Perry, ex-secretário de Energia sob a administração Trump, afirmou à FOX News que a decisão contraria os interesses estratégicos dos Estados Unidos e pode comprometer planos para restaurar a liderança do país no setor energético.
Empresas do setor americano apontam que o projeto em Moçambique poderia afetar negativamente os planos dos EUA para desenvolver uma infraestrutura de exportação de gás no Alasca, voltada principalmente para países asiáticos como o Japão. Fontes da indústria, citadas pela emissora, indicaram que o apoio ao projeto da TotalEnergies pode inviabilizar economicamente a construção de terminais de gás nos Estados Unidos.
Além das críticas do setor energético, organizações ambientais também demonstraram oposição. A ONG Oil Change International classificou o projeto como prejudicial ao meio ambiente e aos direitos humanos. Segundo Collin Rees, um dos líderes da entidade nos EUA, trata-se de “um desastre climático e social em potencial”.