
Nova estratégia comercial dos EUA afecta exportações moçambicanas
Trump aplica tarifa de 16% sobre produtos importados de Moçambique
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou recentemente a introdução de uma tarifa de 16% sobre todas as mercadorias importadas de Moçambique, no âmbito de uma nova política comercial adoptada pela sua administração.
Esta medida faz parte de um plano que estabelece tarifas padrão para todos os países, com exceção de algumas nações que enfrentarão taxas ainda mais elevadas, de acordo com os interesses estratégicos dos EUA.
Na lista divulgada, Moçambique integra o grupo de países que serão submetidos à tarifa mínima definida por Washington — 10% — ao lado de outros membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), como Tanzânia, Eswatini e Comores. No entanto, Trump determinou que, para Moçambique, a tarifa será de 16%.
Outros países da SADC enfrentarão taxas diferentes, variando de acordo com critérios não esclarecidos. O Lesoto, por exemplo, será o mais penalizado, com uma tarifa de 50%, seguido de Madagáscar (47%), Maurícias (40%), Botswana (37%), Angola (32%), África do Sul (30%), Namíbia (21%), Zimbabwe (18%), Zâmbia (17%) e Malawi (17%). Curiosamente, as Seychelles não aparecem na lista.
Países asiáticos como Camboja (49%), Laos (48%) e Vietname (46%) também estão entre os mais afetados pelas novas tarifas norte-americanas.
Trump não explicou de forma detalhada os critérios utilizados para definir estas taxas diferenciadas, o que tem levantado dúvidas e críticas quanto à lógica das suas decisões.
A nova política tarifária dos EUA exclui países como Rússia, Bielorrússia e Coreia do Norte — já alvo de sanções internacionais — e estabelece uma tarifa de 10% para a Ucrânia.
Apesar desta medida, Moçambique ainda mantém, até Setembro de 2025, acesso preferencial ao mercado norte-americano ao abrigo da Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA), o que poderá suavizar temporariamente o impacto destas tarifas.
A lista de países sujeitos às novas taxas também apresenta algumas particularidades, como a aplicação de uma tarifa de 41% às Ilhas Falkland — que não têm reconhecimento de soberania como país — e de 10% às ilhas Heard e McDonald, que praticamente não possuem atividade de exportação.