
Consumo insuficiente de frutas e vegetais afecta 80% da população
Casos de Doenças Crónicas Não Transmissíveis Crescem em Moçambique
O Ministério da Saúde apresentou ontem, em Maputo, os resultados do Inquérito Nacional sobre a Prevalência e os Factores de Risco das Doenças Crónicas Não Transmissíveis (InCRÓNICA 2024), que revela um agravamento dos indicadores de saúde pública no país.
O levantamento, financiado em cerca de 1,6 milhões de dólares canadenses pelo Governo do Canadá, contou com o apoio técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS) e foi realizado pelo Instituto Nacional de Saúde (INS), em parceria com o Instituto Nacional de Estatística.
De acordo com o secretário permanente do Ministério da Saúde, o estudo indica que um em cada três adultos moçambicanos vive com hipertensão arterial.
Além disso, os dados mostram que um em cada 20 adultos sofre de diabetes, enquanto um em cada cinco apresenta níveis elevados de colesterol, situação mais frequente entre as mulheres. O número de casos de obesidade também duplicou entre 2005 e 2024.
O inquérito aponta ainda para o aumento do sedentarismo e do consumo excessivo de álcool, principalmente entre os jovens, bem como um consumo insuficiente de frutas e vegetais — com 80% da população a não atingir a quantidade mínima recomendada.
O estudo conclui que 17,3% dos moçambicanos com idades entre 40 e 69 anos apresentam um risco elevado de desenvolver ou morrer de doenças cardiovasculares na próxima década.
Face a este cenário preocupante, o ministro da Saúde apelou para uma intervenção urgente e coordenada de toda a sociedade, com vista a combater os factores de risco, incentivar hábitos de vida saudáveis e travar o aumento das doenças crónicas no país